O Brasil Tá Vendo

O público não sabe votar

Winston Brasil

Cobrir o BBB é como estar preso, mas você não conta os dias até a sua liberdade – você conta pessoas. Pode ser tão deprimente quanto, mas confesso que é mais divertido. O problema é que, para alguém que não se envolve emocionalmente com o programa, o processo é bem difícil de entender.

Já me explicaram e já vi exemplos nessa edição de que o público não gosta de gente que pouco contribui para o jogo e que dá preferência por participantes que provavelmente odiaria no convívio diário, mas que movimentam a casa. Mas perceber a diferença entre um e outro é que é a bagaça.

Marcello, por exemplo: o cara realmente ficava isolado e falava de um jeito baixo e truncado que quase lhe conferia um poder de invisibilidade, mas ontem mesmo irritou praticamente todas as mulheres da casa ao mesmo tempo e recebeu um esporro coletivo assustador, que faz acreditar na tese que dividir o mesmo teto regula o fluxo menstrual e, com ele, as TPMs. Se isso não é movimentar a casa, não sei o que é.

E o conceito de carisma do público também está um pouco desregulado. De todos os eliminados até agora, podemos dizer que só as derrotas de Aslan e Ivan podem ser totalmente explicadas pelo fator insignificância. E mesmo entre os participantes que realmente fazem diferença na disputa, encontramos dificuldade para entender a simpatia do público. Se pudesse escolher, preferia dar o milhão e meio para o gato idiota que dança nas festas.

A vitoriosa de ontem, Kamilla, por exemplo. É tida como carismática e alegre, mas se mostrou mais de uma vez manipuladora e desequilibrada, exibindo um comportamento que realmente justifica o confinamento – mas sozinha em uma sala acolchoada, e não com outras pessoas. Se ela ganhar o prêmio, o melhor uso possível do dinheiro será em seu tratamento.


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