O Brasil Tá Vendo

Documentários do mundo animal podem ensinar muito ao ‘BBB14’

Juliana Carpanez

bbb

Pre-pa-ra para a próxima eliminação de mais um dos participantezzzzzzzzzzz

Conforme comentou o crítico Mauricio Stycer, as eliminações do “BBB14” estão muito apressadas. Nesse programa turbinado (e não estamos falando do visual das sisters), Alisson, João, Princy e Rodrigo foram expulsos enquanto você pegava uma água na cozinha. Se der uma esticadinha até o banheiro, é capaz de perder o resultado do paredão de domingo.

Para mim, esse ritmo-rápido-logo-de-cara não funcionou. Como não me apeguei a nenhum brother (fora Clara, é claro), tanto faz Alisson, Rodrigo, Princy, João ou Maria. Se nos próximos dias mais quatro chisparem da casa, continuarei não ligando – meu timing de telespectador diz que ainda não é hora para isso.

Sendo assim, creio que os documentários do mundo animal podem ensinar ao “BBB14” como preparar o terreno para um bom paredão – daqueles que a gente até pede pizza, porque realmente valem a pena.

Nesses programas da vida selvagem, há geralmente um bicho que se dá mal (o eliminado). Mas o documentário não mostra a morte logo de cara, sem que antes você esteja envolvido com aquela criatura. Rola toda uma história: cenas do bichinho com a família, detalhes sobre seu comportamento, imagens em zoom e, se bobear, até um nome para o infeliz. Só então vem o bote (a eliminação).

Se não tivesse envolvimento com o bicho, o telespectador ligaria menos para a morte do coala fofo (inclua aqui o nome de um brother equivalente). Também não questionaria a Justiça divina se, em cinco minutos de documentário, o predador comesse o macaco-prego, o golfinho ou o sagui da barba roxa (tem esse?).

O reality da Globo deveria tirar o pé do acelerador e envolver mais o público antes de desovar freneticamente boa parte de seus participantes. Em outras palavras, o que o ''BBB14'' precisa fazer é ''do it like they do on the 'Discovery Channel'''.