O Brasil Tá Vendo

Acho que te amo, Kamilla

Winston Brasil

Quem acompanha esta coluna (desavisados) sabe que estou cobrindo o Big Brother por obrigação profissional e salário astronômico. Que sou um jornalista durão que não se deixa levar pela emoção e muito menos por um assunto idiota como BBB.

Mas uma mulher mudou isso. Sim, Kamilla, a dos olhos esbugalhados. Ela, com seu temperamento infantil que exige atenção total, ela que rouba comida racionada, ela que não tem botão de desligar quando está no modo cantora nem quando está na função tagarela. Eu te odiei, Kamilla. Sim, você fez isso, me fez TORCER contra você.


Precisa me amar precisa me amar precisa me amar

Então parei para analisar o meu comportamento. Trêmulo e suado, fui ao espelho, ajeitando meu topete colado à testa. Sim, era eu, caído de minha nuvem de indiferença direto no inferno da parcialidade: acompanhando o Big Brother para saber se uma pessoa naquela massa amorfa de criaturas odiáveis finalmente teria encontrado seu destino, a merecida derrota.

Dizem que só mudamos desse jeito – e fazemos coisas que nos parecem estúpidas demais quando observamos outros fazendo – pela mulher de nossas vidas. O meu asco pela sua falta de higiene só pode ser o reverso de um sentimento cultivado nas trevas mais protegidas do meu ser. Só pode ser o indecifrável, indelével amor.

Já que não posso contar com as enquetes para ter uma ideia do resultado do paredão de hoje consultei o blog de meu colega de suplício Marcelo Dalla mas parece que, no BBB como na vida real, os astros só costumam revelar tendência ao que já está acontecendo. Mas se Kamilla realmente for eliminada, talvez eu seja encontrado na sua torcida, aguardando com a minha bandeirinha.