BBB, onde a Globo é mais SBT
Winston Brasil
SBT. Ah, a velha emissora do Sílvio Santos. Uma TV que incentiva o improviso, a precariedade, onde a grade muda ao sabor do instinto do patrão e nenhuma regra ou cláusula contratual está gravada em pedra. SS quebra a quarta parede e mostra o que existe de falho por trás da estrutura aparentemente sólida, e que já acostumou o público a esperar o inesperado.
Ave Silvio Berlusco… ops Santos
Globo. A rede de televisão apolínea, que tenta passar uma imagem de perfeição inabalável e que esconde as falhas debaixo de várias pinceladas de verniz. Que busca causar a impressão de máquina bem azeitada, usando a política de redução de danos para dar pouca oportunidade ao erro.
O BBB, a atração mais lucrativa da Globo, estraga tudo. Porque manter o interesse do público em uma atração baseada na instabilidade do ser humano e transmitida ao vivo pelo pay per view deixa à mostra as várias falhas na matrix. Ontem, depois de mais uma grita do público em relação ao resultado de uma prova, a emissora praticamente admitiu que escolheu Fernanda líder e é isso aí, pronto acabou.
Quando Sílvio Santos resolve trocar o horário de um programa sem avisar ninguém ou devolver um participante para um reality show, ele o faz na moral, sem fingir cinicamente que tudo correu dentro da ordem. A Globo veste a máscara da imparcialidade e o Bial que se vire para explicar.
Filme sugerido: Quiz show, 1994.