O Brasil Tá Vendo

A procura da parada mal feita
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Winston Brasil

Meu calvário termina em quatro dias, mas me sinto mal de reclamar da cobertura do Big Brother vendo o sofrimento de Fernanda, que continua em sua missão de arrastar a dor da ausência (de uma semana) do namorado por todos os cômodos da casa. Se não pegar a liderança, é capaz de convencer os outros a votarem em si mesmos para evitar a tragédia de seu emparedamento.

Acho que o Boninho resolveu apostar no segmento dos telespectadores indignados, porque parece fazer questão de que as provas sejam mal explicadas e conduzidas de forma dúbia para despertar a desconfiança dos adeptos das teorias da conspiração. E como praticamente só restaram duas torcidas no programa, a da Fernanda e a dos que acham que ela é favorecida, a vitória da advogada na primeira etapa só ajudou a crescer a onda de protestos. Se bobear vai ter marcha até Brasília.

Enquanto isso, não acontece nada na casa já que em tese – pelo menos de acordo com o script 😉 – todos os remanescentes são amigos. A não ser, é claro, durante as competições, quando é cada um por si. Às vezes acho que o povo da produção curte práticas sexuais bizarras, pois submete os BBBs a torturas e os obriga a exibições públicas de escatologia, como a última prova de resistência, que envolveu urina e vômito.


Não foi comida

Mas vamos na ponta dos dedos que estamos na última volta, Brasil. Acho que já estou ouvindo o Tema da Vitória – ou é a música de abertura dos Trapalhões?


O fim está próximo
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Winston Brasil

Quatro pessoas na casa, nem acredito. Salvo virada de mesa – tenho pesadelos com o retorno de Anamara, um dos BBBs favoritos da produção por algum motivo que prefiro ignorar – semana que vem acaba.

Falando em gosto duvidoso: queria ter visto no casal Fernanda e André o mesmo carisma que o pessoal da mesa de edição. Não sei se andei assistindo aos programas errados, mas só consigo lembrar de uma lenga-lenga interminável entre uma mulher extremamente carente e obcecada e um cara desmotivado (chegou a recusar convite para o edredon, o equivalente ao motel do Big Brother) e com a personalidade de um cupim.

Agora que aconteceu aquilo que nem todas as DRs sem sentido tinham conseguido – a separação definitiva – fica a impressão de que Bial o está impaciente para entregar logo o prêmio para Fernanda. Entendo o lado do cara, deve ser difícil ficar tentando animar a audiência para acompanhar esse quarteto sem graça até o final.

O único concorrente que tem alguma chance de derrotar Fernanda é Nasser, um favorito de última hora que deve ter crescido muito porque colou em Andressa, usando a velha estratégia da garota não muito feia que só anda com baranga para parecer mais bonita. Sua namoradinha tem tantas manias detestáveis que ele parece o Abraham Lincoln em comparação.

Mas Fernanda é profissa na arte do coitadismo e já está fazendo todo tipo de chantagem sentimental para chamar atenção para o seu beicinho. Entre outras coisas, criou um boneco para representar André que é até mais expressivo que o cara. Nasser vai ter que suar a franjinha.


É capaz desse aí comparecer antes


Esses BBBs são muito ciumentos
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O problema de acompanhar o Big Brother enquanto narrativa é que os personagens são muito primários para construir uma história verossímil. Por exemplo, as tramas de ciúme no BBB fazem Malhação parecer um programa para adulto.

Yuri (nossa, ainda lembro o nome do cara) deu um escândalo porque Natália se envolveu em uma brincadeira idiota de puxar a cueca de Eliéser (outro nome na minha lista para não esquecer de esquecer); Kamilla não gostava de ver Eliéser dando chocolate na boca de Natáilia; André só voltou a se interessar por Fernanda quando Marcello se aproximou dela, mesmo que antes tenha dado patada a rodo na mina – com razão, porque ela estava grudando mais do que uma anêmona.

Nas últimas festas Nasser foi o pivô de mais duas cenas de excesso de zelo amoroso: ontem Andressa acusou Nasser de fazer um fom-fom básico nos peitos de Natália e quarta-feira André entrou numas de que o cara deu um selinho em Fernanda. O fogo de Nasser talvez seja o efeito de tanta ralação com Andressa sem o assim chamado alívio final, mas a verdade é que os ficantes em tese ameaçados estão reagindo muito acima do tom na defesa de seus namoros de ocasião.


A imagem da indignação

E isso porque só falei dos casais – acho que todo mundo lembra de como Kamilla explodia quando Fernanda se aproximava de qualquer outra pessoa. Mas a verdade é que o ciúme desse povo só vai ser realmente posto à prova quando o Bial anunciar o vencedor. Aquela máxima do desapego que diz ''se você ama alguma coisa, deixe-a livre'' serve pra muita coisa, menos pra dinheiro.


As chances de cada um
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Winston Brasil

Faltam só seis pessoas e duas semanas, Deus talvez exista. Mas enquanto isso ainda tenho que escrever aqui, embora não tenha ninguém pedindo (a não ser meu editor). Hoje vou analisar as chances de cada participante do BBB, chutando percentuais logo depois de fingir autoridade no assunto.

Fernanda – É a favorita porque conseguiu equalizar sua dor de corno irritante para um mode mais coitadinha. O povo adora ver mulher sofrendo, haja vista as novelas e a Fátima Bernardes tentando emplacar aquele programa dela. Diria que tem uns 32% de chances de ganhar, baseado nos dados da Datawinston. O que deve fazer com o prêmio: em primeiro lugar, procurar o MADA.

Nasser – Se ganhar será a prova de que o brasileiro perdoa tudo, inclusive penteado ridículo. Está bem na fita porque é comparativamente menos futriqueiro em relação à sua companheira de maquinações, Andressa. Daria uns 24% pro cara, nenhuma insinuação pretendida. O que deve fazer com o prêmio: doar para alguma organização que atenda vítimas da moda, como ele.

André – O príncipe de Fernanda está mais para coronel, gigolando a popularidade de sua eterna quase amada – e por isso pode chegar lá. Acho que 18% tá de bom tamanho. Deve gastar o dinheiro em carros, jóias e outras coisas caras e chamativas que sirvam como substituto para uma personalidade.

Fani – Depois de ficar com um BBB argentino de araque está se sentindo mais confiante, o que prova que o amor é o melhor remédio, depois do Prozac. Uns 14% pra ela ficar contentinha. O que deve fazer com o prêmio: gastar tudo em serotonina, está precisando.

Natália – A BBB mais vaselina talvez chegue até a final por conseguir bajular todo mundo, sem discriminações. Mas chegando lá deverá ter desempenho semelhante ao Vasco da Gama em jogos decisivos. Diria que tem uns 8%, e deve usar o prêmio para ingressar na política, onde tem muito futuro.

Andressa – O maior índice de rejeição entre os BBBs que sobraram, só ganha se os outros desistirem do programa ou morrerem em uma súbita epidemia. Toma aí 4% pra não chorar. O que deve fazer com o prêmio: continuar sonhando com ele.


Um tapa na cara para acordar

 


Acho que te amo, Kamilla
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Quem acompanha esta coluna (desavisados) sabe que estou cobrindo o Big Brother por obrigação profissional e salário astronômico. Que sou um jornalista durão que não se deixa levar pela emoção e muito menos por um assunto idiota como BBB.

Mas uma mulher mudou isso. Sim, Kamilla, a dos olhos esbugalhados. Ela, com seu temperamento infantil que exige atenção total, ela que rouba comida racionada, ela que não tem botão de desligar quando está no modo cantora nem quando está na função tagarela. Eu te odiei, Kamilla. Sim, você fez isso, me fez TORCER contra você.


Precisa me amar precisa me amar precisa me amar

Então parei para analisar o meu comportamento. Trêmulo e suado, fui ao espelho, ajeitando meu topete colado à testa. Sim, era eu, caído de minha nuvem de indiferença direto no inferno da parcialidade: acompanhando o Big Brother para saber se uma pessoa naquela massa amorfa de criaturas odiáveis finalmente teria encontrado seu destino, a merecida derrota.

Dizem que só mudamos desse jeito – e fazemos coisas que nos parecem estúpidas demais quando observamos outros fazendo – pela mulher de nossas vidas. O meu asco pela sua falta de higiene só pode ser o reverso de um sentimento cultivado nas trevas mais protegidas do meu ser. Só pode ser o indecifrável, indelével amor.

Já que não posso contar com as enquetes para ter uma ideia do resultado do paredão de hoje consultei o blog de meu colega de suplício Marcelo Dalla mas parece que, no BBB como na vida real, os astros só costumam revelar tendência ao que já está acontecendo. Mas se Kamilla realmente for eliminada, talvez eu seja encontrado na sua torcida, aguardando com a minha bandeirinha.


BBB, onde a Globo é mais SBT
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Winston Brasil

SBT. Ah, a velha emissora do Sílvio Santos. Uma TV que incentiva o improviso, a precariedade, onde a grade muda ao sabor do instinto do patrão e nenhuma regra ou cláusula contratual está gravada em pedra. SS quebra a quarta parede e mostra o que existe de falho por trás da estrutura aparentemente sólida, e que já acostumou o público a esperar o inesperado.


Ave Silvio Berlusco… ops Santos

Globo. A rede de televisão apolínea, que tenta passar uma imagem de perfeição inabalável e que esconde as falhas debaixo de várias pinceladas de verniz. Que busca causar a impressão de máquina bem azeitada, usando a política de redução de danos para dar pouca oportunidade ao erro.

O BBB, a atração mais lucrativa da Globo, estraga tudo. Porque manter o interesse do público em uma atração baseada na instabilidade do ser humano e transmitida ao vivo pelo pay per view deixa à mostra as várias falhas na matrix. Ontem, depois de mais uma grita do público em relação ao resultado de uma prova, a emissora praticamente admitiu que escolheu Fernanda líder e é isso aí, pronto acabou.

Quando Sílvio Santos resolve trocar o horário de um programa sem avisar ninguém ou devolver um participante para um reality show, ele o faz na moral, sem fingir cinicamente que tudo correu dentro da ordem. A Globo veste a máscara da imparcialidade e o Bial que se vire para explicar.

Filme sugerido: Quiz show, 1994.


As manipulações no BBB
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Winston Brasil

Como estou esperando o BBB acabar só por causa do meu compromisso (pago à altura do sacrifício, com salário indexado pela cotação do ouro) e não para saber quem vai ganhar, estou indiferente a qualquer teoria sobre maquinações para favorecer este ou aquele concorrente. Se já é uma tremenda perda de tempo assistir BBB, imagina gastá-lo analisando conspirações em tese urdidas pelo ~maquiavélico~ Boninho. Mas como escrever sobre BBB não fica atrás no quesito desperdício de segundos, vamos lá.

Nem vou levantar muitas suspeitas sobre as votações, embora não tenha entendido até agora a intervenção do filho do Boni quando chamou a atenção via twitter para uma suposta votação parelha no paredão entre Kamilla, Marcello e Fani – o único que, no fim das contas, contradisse em larga margem todas as enquetes. Ficou parecendo uma justificativa antecipada para a – também suposta – reviravolta.

Mas as edições, não sei não. Já chamei atenção para a má vontade da produção com gente como Marien, que no fim das contas merecia mesmo, principalmente quando ficava mendigando elogio do Bial. Ontem o programa foi de uma tremenda parcialidade na sua campanha contra Natália, por motivos que ignoro e não faço nem questão de saber. As simpatias do programa constituem um mistério para mim – talvez a Globo, depois dos últimos reveses de audiência, queira ser decisiva na campanha do vencedor pra depois poder pedir uma graninha emprestada.

E a emissora tem um histórico com edições suspeitas, perguntem pro Lula 😉


Mal na foto


O público não sabe votar
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Winston Brasil

Cobrir o BBB é como estar preso, mas você não conta os dias até a sua liberdade – você conta pessoas. Pode ser tão deprimente quanto, mas confesso que é mais divertido. O problema é que, para alguém que não se envolve emocionalmente com o programa, o processo é bem difícil de entender.

Já me explicaram e já vi exemplos nessa edição de que o público não gosta de gente que pouco contribui para o jogo e que dá preferência por participantes que provavelmente odiaria no convívio diário, mas que movimentam a casa. Mas perceber a diferença entre um e outro é que é a bagaça.

Marcello, por exemplo: o cara realmente ficava isolado e falava de um jeito baixo e truncado que quase lhe conferia um poder de invisibilidade, mas ontem mesmo irritou praticamente todas as mulheres da casa ao mesmo tempo e recebeu um esporro coletivo assustador, que faz acreditar na tese que dividir o mesmo teto regula o fluxo menstrual e, com ele, as TPMs. Se isso não é movimentar a casa, não sei o que é.

E o conceito de carisma do público também está um pouco desregulado. De todos os eliminados até agora, podemos dizer que só as derrotas de Aslan e Ivan podem ser totalmente explicadas pelo fator insignificância. E mesmo entre os participantes que realmente fazem diferença na disputa, encontramos dificuldade para entender a simpatia do público. Se pudesse escolher, preferia dar o milhão e meio para o gato idiota que dança nas festas.

A vitoriosa de ontem, Kamilla, por exemplo. É tida como carismática e alegre, mas se mostrou mais de uma vez manipuladora e desequilibrada, exibindo um comportamento que realmente justifica o confinamento – mas sozinha em uma sala acolchoada, e não com outras pessoas. Se ela ganhar o prêmio, o melhor uso possível do dinheiro será em seu tratamento.


#fora #sarney #fora #renan


Marcello não é pior do que os outros
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Winston Brasil

Não chego a torcer, mas me identifico com o Marcello: também estou perdido no jogo e ninguém gosta de mim (ver comentários) :~ Mas nem vou reclamar mais não, meu emprego é bem ruim mas nem se compara com o do sujeito que se veste de gato em todas as festas da casa.

O tal personal trainer já sobreviveu a vários paredões, provavelmente por ser perseguido pelos outros participantes, que, apesar de estarem vendo o cara voltar de todas essas votações, não mudam de estratégia. Que pessoal mais apegado à primeira impressão, vou te contar.


#chora #haters

O problema é que difícil entender a lógica das antipatias na casa – como é difícil de entender a lógica das antipatias em qualquer lugar, tanto é que a expressão pra designar esse fenômeno comum remete a uma experiência mística: ''o santo não bate''. Marcello até fez coisas para estimular a rejeição dos colegas e de parte do público, mas nada tão pior do que todos os outros.

Portanto gente mais grossa, chata e com atitudes prejudiciais para com os outros confinados (cof cof Kamilla cof cof) segue recebendo carinho e proteção enquanto outros levam patadas. Deve ser por isso que Eliéser disse em sua despedida que o BBB é uma lição de vida (na qual é repetente).

P.S.: Interessante as impressões de Anamara sobre quão volumoso é Nasser, principalmente quando a gente lembra que Short Dick Man Eliéser o desafiou para o paredão. Talvez o critério de desempate do BBB tenha menos a ver com afinidade e mais com centimetragem.


Maquiando os números


Esses BBBs pegam pilha fácil
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Winston Brasil

Nunca tinha visto um Big Brother antes, mas com dois meses acompanhando esta edição, me sinto praticamente um veterano – principalmente porque é mais sacrificante pra quem assiste contra a vontade (embora por um carregamento de dinheiro digno de um trem pagador). Acho que até ganhei mais alguns cabelos brancos, é o charme compensando o esforço.

Portanto, na qualidade de praticamente expert, o que mais me impressiona nesse programa é que há toda espécie de tipo social participando (periguete, nerd, vagabundo) mas não tem um malandro. É um festival de favorito vacilando e queimando o filme, gente mandando mal na estratégia e se jogando no paredão e principalmente neguinho pegando pilha fácil.

A maior prova disso são esses joguinhos da verdade em que os BBBs são instados a falar sobre os defeitos dos colegas. Eles mal sabem expressar direito o que acham de errado nos outros, mas mesmo assim todo mundo consegue se ofender com classificações vagas como ''dissimulado'', ''sonsa'' e ''distante''. Terça feira virou o dia oficial de tirar satisfação com aliados, rivais e traíras em geral a respeito das bobagens que o pessoal só fala na lata porque faz parte do jogo.


A união faz a força

Hoje perdi alguns momentos irrecuperáveis (sei que é assim que o tempo funciona, mas podia ter desperdiçado com algo mais inteligente, como Teletubbies) assistindo Anamara reclamar com Natália, que escolheu a baiana como uma ''decepção'' na casa porque está muito ''santinha''. Confesso que nem entendi o que ela quis dizer, e que na minha ingenuidade de marinheiro de primeira viagem achei que a gaúcha só tinha inventado uma desculpa para citar a aliada por último para lhe dar o poder do veto. Mas a pobrezinha teve que ouvir mesmo assim, e olha que pra ouvir a Anamara é preciso ter tímpanos de bronze.

É por isso que um dos caras que cheguei a apontar como favorito deve rodar hoje: Eliéser, que não segurou a onda ao ouvir que tinha um órgão sexual anatomicamente prejudicado e fez um escândalo que 1) chamou atenção para o fato 2) deu credibilidade ao parecer de Kamilla. Agora, se o cara quiser provar pro mundo que foi caluniado, vai ter que entrar pra indústria pornô.