O Brasil Tá Vendo

Arquivo : janeiro 2013

Bambam líder, a vitória do idiota da aldeia
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Diego Assis

De quatro para a glória

Segue o baile. A edição de ontem começou com cenas da festa de terça, comandada pelo André Marques, DJ onipresente (até porque ocupa muito espaço). Típica balada de playboy, em que a música pavorosa estrondando não deixa ouvir direito a conversa (não estou reclamando) e a forma mais comum de abordagem é o assédio sexual light. Terminou no zero a zero, apesar da prorrogação (bêbados se recusando a sair da pista, o de sempre). Houve alguma aproximação entre Kléber Bambam e Marien e Fani disse que “pegaria o nerd” (Ivan), que reagiu com um “ah, é?” quando pombos-correio lhe trouxeram a notícia. Esse aí não vai fazer nada.

Foi também a noite da disputa pela liderança na casa. Apesar da simplicidade da prova (achar um par de meias, vestir o tal, atravessar uma pista cheia de sujeira e jogar as meias em uma máquina de lavar), Bial teve que explicar seu funcionamento várias vezes. Era de se esperar, já que o pessoal (dividido entre um grupo com novos participantes e outro com BBBs repetentes) teve dificuldade para se organizar em fila mesmo com o auxílio de camisetas numeradas. Vitória dos veteranos, que escolheram como líder da casa Bambam – o equivalente a votar no idiota da aldeia para prefeito (Eliéser seria o vice, talvez até mais qualificado que o titular). O resultado libera os vencedores do paredão, o que deve – se as regras permitirem, sou novo aqui – jogar no fogo os pobres recém-chegados da Casa de vidro.

Falando na Casa de vidro: segue virgem de acontecimentos, embora a edição tenha insinuado um triângulo amoroso platônico entre Kelly, André e outro cara lá (desculpem se não guardo os nomes, deve ser porque não estou fazendo nenhum esforço nesse sentido). Pelo que deu para entender, lá eles são obrigados a ouvir o dia inteiro “Oppa gangnam style”, musiquinha que nem estava completamente esgotada antes de começar esse BBB. O verão vai ser longo.

P.S.: Não sou obrigado pelo contrato, mas fui dar uma olhada nos comentários outro dia e vi que muita gente sugere que, em respeito a democracia, eu pare de falar mal do programa. Talvez fosse o caso de usar esse espaço para explicar o tal do princípio democrático, mas não tenho a paciência do Bial.


Começou o BBB, me tirem daqui
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Diego Assis

Safra ruim de gente em 2013

 

Então começou o BBB 13, aberto pelo Pedro Bial, que se perpetua no cargo de apresentador como um burocrata sem maiores ambições e satisfeito com o salário. E assim dou início a esta cobertura a contragosto, mas em compensação bem paga (inclusive estou me abanando com meu contracheque).

Vemos a apresentação dos novos BBBs. A gente tenta não estereotipar, mas a realidade continua fornecendo os clichês: o gay é escandaloso, os caipiras se fazem de ingênuos, a carioca tem uma marra insuportável e tira onda que vem de uma quebrada sinistraça.

Bial chama a próxima atração, um show da bateria da Mocidade Alegre para todo mundo sambar mal de braço pra cima sem nenhum embaraço. Acho que na fase de seleção do Big Brother deve rolar um teste psicotécnico ao contrário, que só aprova os participantes em que se constatou a falta de superego. Mas até que o primeiro programa teve pouca nudez (e bastante adiposidade, já sinto a preocupação dos editores da Playboy).

Nessa edição, ex-BBBs ganham uma segunda chance – inclusive ex-vencedores como Dohmini, que desperdiçou o dinheiro do prêmio (mais correto dizer que o dinheiro foi desperdiçado com ele), provavelmente em correntes cafonas como as que ele usa. A aparição de participantes de edições anteriores causou comoção na casa – eu não conhecia quase nenhum deles, mas a festa que os novos confinados fizeram comprova minha tese de que o grosso da audiência do programa é formado por aspirantes a BBB.

E temos a primeira disputa por prêmios. A produção colaborou com os participantes e bolou uma prova fácil de entender: o último BBB a tirar as mãos de um carro ganha imunidade na competição e o carro. O pessoal até desenhou palmas nas carrocerias, para ninguém se confundir com essas complexidades de distinguir a mão direita da esquerda.

Também rolou uma participação do povo da Casa de Vidro, que se limitou a se apresentar rapidamente e dar tchauzinho. Não apareceu na edição de ontem, mas ativistas do grupo Femen, que tiram a roupa para protestar contra qualquer evento que tenha cobertura da imprensa, tentaram invadir o local com os corpos pintados com frases de mural de facebook tipo “acorda Brasil”. Às vezes o BBB e seus opositores se merecem.


A diferença entre os BBBs e os ratos de laboratório
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Diego Assis

Já é BBB em um shopping da zona norte paulista: começou a etapa da casa de vidro, uma espécie de repescagem para esse pessoal que quer ficar famoso por não ter nenhum talento em particular.

Apenas dois candidatos da casa de vidro entram na casa propriamente dita, por isso precisam ficar fazendo cara de coitados como um macaco no zoológico mendigando banana. Deve ser muito triste rodar nessa etapa e ficar conhecido (“ficar conhecido” é maneira de falar) como ex-quase-BBB.

Vendo esse povo se submetendo à curiosidade dos passantes penso na semelhança entre os BBBs e os ratos de laboratório. Ratos de laboratório também são monitorados, postos para fazer provas e exercícios físicos, estimulados a fazer sexo e também recebem substâncias inebriantes (mas sem precisar fazer merchandising). A única diferença é que os ratos de laboratório são úteis para a sociedade.


Esses são os novos BBBs e você vai ter que se conformar
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Diego Assis

Então já temos uma lista parcial dos participantes desta edição. Vamos a uma rápida avaliação dessas personalidades fascinantes.

Aline Mattos, recepcionista, “sonha em seguir a carreira de atriz”. Com 31 anos, ela é retardatária.

André Martinelli “concilia carreira de empresário e modelo”. Que feito, acho que nem o Batman enfrenta tantas dificuldades para encarar uma vida dupla.

Andressa Ganacin, esteticista. Pelos quilos de maquiagem nas fotos dá pra ver que ela faz uma bela economia em cobaia.

Aslan Cabral, artista plástico. Quebrou a corrente, até agora só tinha gente com emprego de verdade. Se bem que “empresário” também costuma ser só um eufemismo.

Fernanda Keulla Vilaça, advogada que adora mensagens bíblicas. Imagino que suas fotos na Playboy serão acompanhadas pelos Salmos.

Ivan Marcondes Antônio, professor de inglês e, segundo conhecidos, “culto”. Deve ser um agente infiltrado, então.

Marien Carretero, bailarina de flamenco. Achei vulgar sem ser sensual, confira:

Nasser Rodrigues, vendedor. Seus amigos o acham muito querido. É para isso que os amigos servem.

Já escalamos os titulares, agora os reservas (os infelizes que vão ficar expostos em uma caixa de vidro no shopping, como em uma exposição educativa sobre os perigos de não estudar):

André Coelho, advogado que já fez ensaio sensual. Tenho a impressão que se um padre participar desse programa vão descobrir um ensaio sensual em seu passado.

Bernardo Lima, fluente em várias línguas, provavelmente a habilidade mais inútil dentro da casa, onde não se fala nem o português.

Kamilla Salgado, Miss Mundo Brasil 2010. Como é possível ser Miss Mundo Brasil? Espero que tenha sido um deslize do redator do UOL.

Kelly Baron, formada em direito mas trabalhando de secretária. É só uma fase, Kelly, não precisa se rebaixar assim.

Marcello Soares, personal que tirou terceiro lugar no concurso As mais belas pernas do Brasil. Continue treinando, Marcello.

Samara, vendedora paulistana. Está assim, sem foto,  sobrenome nem link para um perfil mais detalhado na página do UOL, vou me abster de comentar.

Parece que ainda vão anunciar concorrentes que participaram de edições passadas para esse BBB 13. Estão começando a reciclar gente, provavelmente porque deve ser muito difícil encontrar material humano para passar três meses tomando banho de piscina. Que tal mais esse conceito pro pessoal trabalhar: recall de humanos? Porque pela amostragem acima com certeza tem vários com defeito.


Muito prazer, Brasil
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Diego Assis

Muitos dizem que o Big Brother Brasil é um programa para indigentes mentais. Meu trabalho é assistir a essa edição para conseguir encontrar pelo menos um motivo para discordar. Portanto é isso aí, vou passar três meses vendo modelos fotográficos falando em estratégia como se tivessem feito a Escola Superior de Guerra para tentar me convencer que existe um viés sociológico no BBB – como costuma dizer meu amigo que compra todas as Playboys depois.


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