Déficit de atenção
Arnaldo Branco
Imagino como deve ter sido a conversa entre os membros da produção que determinou a entrada das mães dos candidatos em um anexo da casa do Big Brother. ''Esses BBBs são entediantes, que tal a gente mostrar pro público as responsáveis pela educação que resultou em toda essa falta de carisma?''
Sei que a ideia era passar algumas informações do mundo exterior que pudessem movimentar o jogo, mas assim fica difícil assistir essa bagaça. Esta edição é um desafio à minha síndrome de déficit de atenção, tenho medo de começar a comentar outro programa no meio do texto sem me dar conta. Então vamos a mais uma semana de Casos de família, digo, Big Brother Brasil:
– Aline lembrou aqueles personagens de filme de prisão que não conseguem manter a dignidade enquanto esperam a cadeira elétrica no corredor da morte e choram e esperneiam – para desprezo dos seus colegas de confinamento. Falou sozinha, com a mãe, pediu clemência para o público e morreu do mesmo jeito.
– Apesar do nome, Angela é aquele clássico diabinho pilhador no ombro. Continua no seu papel de leva-e-traz, cada hora colando em um amigo de ocasião para falar mal de algum inimigo circunstancial. Agora tenta influenciar Tatiele contra Cássio – a coincidência do nome me lembrou a peça de Shakespeare, Angela é o Iago desta edição.
But I will wear my heart upon my sleeve / For daws to peck at: I am not what I am
– Marcelo continua se doendo por Angela, que pegou o pobre sujeito mas não ligou no dia seguinte. Tenta resolver suas carências tirando casquinha das outras minas – se não sobrar nenhuma na casa temo que comece a atacar os homens. É necessitado como um cachorro no cio abandonado na carrocinha.
– Começo a simpatizar com Diego – graças a sua vontade zero de fazer média, diz para os outros as coisas que merecem ouvir. Se também começasse a implicar com o espelho estaria fazendo o serviço completo.
– Clara e Vanessa: estão em uma tal simbiose que seus votos deviam valer por um. Continuam fazendo papel de namoradas mas não muito, em um relacionamento aberto mas nem tanto.
– Acho que a mãe do Cássio foi trazida especialmente para comprovar a tese de que o sujeito foi estragado por ter sido mimado em excesso. Infelizmente o cara também é queridinho da Sorte e é líder de novo.
– Tatiele é aquela combinação de mulher gostosa e legal que faz estragos por aí (Jennifer Lawrence, Emma Stone, Sabrina Sato), mas precisa urgentemente entrar em um relacionamento sério com a educação formal.
– Valter não conseguiu compensar o chifre que levou fora da casa pegando Vanessa – tomou um toco e deve ter colado em Angela para aprender com ela a capitalizar seu recém-adquirido status de coitado.
– Mães: não guardei o nome de nenhuma, tirando a da Aline – que acabei de esquecer agora. Bem que disse que meu DDA está sendo posto à prova por esta edição de A Fazenda.