O Brasil Tá Vendo

Um reality show sobre o nada

Arnaldo Branco

Jerry Seinfeld definia seu sitcom como ''um programa sobre o nada'', mas nada é mais sobre o nada do que o BBB. O pessoal da produção deve se sentir como aqueles funcionários do zoológico tentando fazer urso panda transar.

Talvez a safra 2014 seja (ainda) pior do que as outras, o que faz aumentar minha admiração pelo povo na ilha de edição, que tira desse festival de conflitos mornos um fio de narrativa. Esses foram os últimos – na falta de uma palavra melhor – acontecimentos:

– Acho que Amanda foi uma espécie de fenômeno paranormal, uma aparição que as câmeras captaram, mas que não estava lá de verdade. Sua estratégia de tentar ganhar o programa dormindo foi até acertada, porque quando estava acordada a gente não percebia a diferença.

amanda

Inatividade paranormal

– Marcelo conseguiu algumas façanhas: levou um fora de Letícia, pagou de corno antecipado quando teve uma crise de ciúmes com Júnior antes dele pegar Letícia e depois tomou um toco de Angela, que Júnior havia chutado. Como ainda não tivemos o primeiro caso de suicídio no Big Brohter, acho que de rejeição esse aí não morre mais, pegou imunidade.

– É verdade que se fazer de vítima é uma estratégia que já rendeu dividendos em outras edições, mas Angela está exagerando. Além de achar que um cara que deu uns pegas nela quando estava bêbado e uma amiga de algumas semanas lhe devem fidelidade eterna, parece acreditar que as regras do jogo só existem para prejudicá-la.

– Troféu Sonsa of the year™ para Letícia, que jura inocência sempre que é pega em flagrante fazendo alguma coisa que prometeu não fazer. Ou ela é pura e simplesmente uma canalha desprezível ou sofre de Perda de memória recente.

– Nem um mês de BBB e já vi mais briga de casal do que no programa do Ratinho. Diego e Franciele lembram aqueles desafios de resistência tipo com dois tratores unidos por um cabo de aço indo em direções opostas para ver qual arrebenta primeiro.

– A burrice de Tatiele parece muito ensaiada para ser real, assim como a heterossexualidade de Roni.

– Não consigo ter pena de Aline porque ela é auto-suficiente na matéria, um monumento vivo ao recalque. Certeza que a Valesca Popozuda escreveu Beijinho no ombro pra gente assim.

Acontecem mais coisas com Valter fora do que dentro da casa.

– Já estou achando que Cássio é doente. Apesar de ter sido avisado (pelo Bial, por todo mundo na casa e desconfio até que pelos caras vestidos de ninja que ajudam nas provas de liderança) que sua mania de fazer brincadeiras inconvenientes e comentários sem graça ameaçam sua permanência na casa, o sujeito continua agindo da mesma maneira. Ele é chato por reflexo condicionado, não consegue evitar ser insuportável – uma pena para ele, mas maior ainda para os outros.

– E acho que devo desculpas ao casal Clara X Vanessa pela acusação de lesbianismo de fachada:

clara_vanessa

Even better than the real thing