BBB Esperança
Arnaldo Branco
Haiti, Somália, Namíbia… antes de sentir pena dos habitantes desses lugares inóspitos, pense naqueles que sofrem perto de você, no Projac. Nunca vi tantas criaturas chorosas e suplicantes reunidas em uma só casa com piscina – e quase desperdiço minha solidariedade com tragédias menores, que bom que existe o Big Brother pra botar nossa compaixão em perspectiva.
Talvez os participantes que sobraram tenham mesmo razão em se lamentar – afinal sabem que, como os réus do mensalão, só conseguiram escapar graças a manobras políticas. Mas o material humano restante é de doer. Vamos a ele:
Aline – Ela depõe contra os efeitos positivos da ginástica na autoestima. Malha feito uma gorila pra depois ficar chorando que é feia, que os outros votam nela (duh) e que os amigos não passam a mão naquela cabeça enorme quando ela está tristinha (sempre).
Classe média sofre
Angela – Essa aí é campeã. Apesar de ser uma das minas mais sem graça do programa (se sair pelada vai ser na National Geographic), conseguiu fazer com que as principais tramas (me desculpa, Shakespeare) do BBB girassem em torno dela e de seu beiço eterno de traída/desprezada/mal-consumida. Só podia mesmo ter acabado na cama com Marcelo, o único mais capacho do que ela.
Diego – Ele é muito cavalo pra se fazer de coitado, mas como consegue reclamar o sujeito. Tudo bem que está namorando um dos casos mais bizarros de bipolaridade da TV aberta, mas se é pra se irritar com tudo que acontece na casa podia trocar de lugar comigo, que não tenho nem a chance de ganhar um milhão e meio.
Franciele – A gatinha preconceituosa não consegue segurar a onda e lacrimeja baldes quando votam nela pela milionésima vez – porque a grossura de seus modos é proporcional a dos seus lábios.
Tatiele – Essa nem se faz muito de vítima, talvez por ser muito burra para perceber a vantagem. Podia capitalizar melhor a eliminação do namorado Roni, que saiu do programa mas permanece no armário.
Vanessa – Outra com mania de perseguição. Ela me lembra uma frase do Woody Allen: “Você é o oposto do paranóico, você anda por aí com a ilusão maluca de que as pessoas GOSTAM de você”.
Clara – Apesar do jeito de mulher fatal, tem um temperamento entre o infantil e o limítrofe. É o jeitinho dela de apelar para nossa clemência.
Valter – Aparentemente, não tem mania de vítima. Quer dizer, é o que acho, já que a produção tem dificuldade em flagrar o cara falando.