O Brasil Tá Vendo

Nada pessoal

Arnaldo Branco

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Primeiro dia de aula

É complicado escrever sobre o Big Brother na primeira semana. Foram só três dias e muitos BBBs não tiveram tempo de mostrar alguma coisa parecida com uma personalidade. O que não é de se estranhar, porque o programa costuma ter concorrentes que chegam até a final sem fazer o mesmo.

Ainda mais porque mal começou e já tivemos a primeira eliminação, que foi como aquela freada do metrô para ajustar vagão superlotado. Então vou analisar os candidatos usando os poucos recursos de que disponho: o preconceito e a primeira impressão. Vamos lá:

Aline: Não para de falar sobre como acha seu rosto horrível, talvez querendo chamar atenção para o fato de que tenta compensar malhando pesado até criar gomos no abdômen. Eu prefiro o rosto.

Alisson: Levantou a carta do bullying já no primeiro dia. Também acho que o carinha não merece ser zoado só porque parece um gnomo, tem nome de mulher e chora com a frequência e o volume de um bebê no aeroporto.

Amanda: ''Meu pai surta se um dos meninos dorme comigo''. Essa aí deve ter errado o caminho da colônia de férias.

Ângela:  Se disse a que veio, o microfone não captou.

Bella: Cumpre bem sua função de vaselina.

Cássio: Chora porque se acha gordo em comparação aos outros homens da casa. Cara, não sei se você reparou também, mas seu cabelo é bicolor. Quem vai ficar rico com o Big Brother é o seu terapeuta.

Clara:  Seus peitos gigantescos viraram uma espécie de bolinha de borracha ortopédica pra todo mundo na casa. Coitada, deve se sentir como um bebê bochechudo diante de um batalhão de tias.

Diego: Em um programa em que uma das recompensas colaterais é tirar a roupa em revista,  o cara quase foi eliminado por ter feito a mesma coisa – para tomar banho, vai entender.

Franciele: A boca de caçapa é sua marca distintiva, que bom que ela tem uma.

João: O cara é cartomante e 1) primeiro diz que vai ser finalista e é eliminado no primeiro paredão 2) depois muda de ideia e prevê sua saída, mas não faz a mala. Esse aí além do Big Brother perdeu clientes.

Júnior: Extrovertido, falante, simpático, já odiei.

Letícia: Musa do programa. Talvez se repita com ela aquela clássica história ginasial da menina bonita que também é superlegal – até ser bajulada por duzentos carinhas com ambição de catá-la e ficar sebosa.

Marcelo: Tive que consultar a lista de participantes para lembrar dele.

Princy: Em seu vídeo de apresentação diz que não está no programa para fazer amizades – até agora não vi ninguém muito interessado mesmo.

Rodrigo: Teve uma crise de culpa e choro porque, segundo ele, é um garanhão incurável que passou Portugal na cara. Parece aqueles caras que dizem que seu maior defeito é o perfeccionismo.

Roni: Mais um halterofilista tatuado e semi-barbudo para confundir com os outros da mesma espécie.

Tatiele: Decorativa como uma boneca inflável.

Vagner: Cumpre bem sua função de amigo gay.

Valter: Um dos raros casos de BBB com talento para a profissão exótica que botou na ficha de inscrição. Mas seu nome artístico (Slim Rimografia) me lembra alguma coisa hospitalar (rinoplastia etc).

Vanessa: Foi uma das ativistas que resgatou beagles do Instituto Royal no ano passado, é a vez dela bancar o animal de laboratório.

Valdirene: No programa em que os participantes costumam ser acusados de cumprir um roteiro pré-determinado pelos teóricos da conspiração, é engraçado que uma atriz desempenhando um papel tenha sido a coisa mais surpreendente. Tatá Werneck gênia.