O Brasil Tá Vendo

O pior do BBB ainda está por vir

Winston Brasil

Dizem que o pior na vida de alguém em situação de confinamento são os primeiros dias, quando você sabe que a maior parte ainda vem por aí e que ainda não chegou aquele estado de espírito em que se fica anestesiado pela rotina massacrante. Não estou falando de nenhum BBB, falo de mim, obrigado a assistir a essa bagaça. A primeira semana demorou a passar.

Estou entregando o texto meio tarde, mas como hoje é dia de festa na casa, nada muito especial deve acontecer – provavelmente mais um participante que não sabe beber dará vexame, enquanto as mulheres esfregarão os shortinhos minúsculos na cara da sociedade, apenas para ganhar um selinho meia boca dos rapazes desinteressados.

Então vamos ao programa de ontem (vulgo terça-feira): a edição começou mostrando uma discussão entre Dhomini e Elieser sobre um voto combinado, modificado pelo último na última hora. É bom que os dois se acostumem com esse tipo de quebra de confiança quando assumirem suas cadeiras de deputado em Brasília. Elieser partiu para a humilhação do companheiro dizendo que, diferentemente dele, é formado e tem pós-graduação. Cheguei a pensar em Educação Física, mas descartei depois que colegas de redação mandaram essa imagem da participação do sujeito no BBB 10:

O ataque da barra assassina

Seguiram mais cenas dos participantes convivendo normalmente, ou seja, quase dando na cara um do outro por nenhum motivo aparente. As teorias da conspiração dizem que a Globo distribui os papéis que cada um deve desempenhar dentro da casa, ideia que ganha força quando a gente vê a expressão de sofrimento dos confinados quando são obrigados a dizer ''Oba! De pernas para o ar 2!''. Isso mesmo, um dos privilégios do quarto do líder é prestigiar o cinema nacional na marra.

O que mais rolou: o cerco de Fernanda a André, que usou a esquiva com maestria; a separação de Andressa e Nasser, casal que nunca se formou direito, e várias tentativas dos heróis da sala de edição em fazer Ivan parecer um pouco menos insignificante.

Por fim, a escolha do público: vazou com 77% dos votos a carioca Aline, que saiu insistindo que foi rejeitada por ter muita personalidade – quando na verdade se trata apenas uma maluca que reage acima do tom mesmo quando ouve um simples bom dia. Na saída, seu namorado tresloucado ainda a pediu em casamento, e assim a monogamia ganha mais um mártir.

E agora deixa eu voltar para a minha cela.